Evolução ou retorno às origens?

Para alguns darwinistas, modificações sofridas pela lagartixa italiana Podarcis sicula nas últimas décadas são exemplo de “evolução”. Tudo começou em 1971, quando um grupo de pesquisadores transportou cinco fêmeas e cinco machos da espécie Podarcis de uma ilha do Mar Adriático para outra ilha do mesmo mar. Trinta e seis anos depois, Anthony Herrel e outros biólogos voltaram às ilhas para ver as lagartixas. Numa das ilhas, as lagartixas eram como sempre foram: pequenas, rápidas, comiam insetos e os machos lutavam para controlar o território. Mas, na outra ilha, uma surpresa esperava os pesquisadores.

Lá, além dos insetos, as lagartixas comiam folhas, principalmente na primavera e no verão. Essa foi considerada uma mudança muito brusca em apenas 30 gerações, levando-os a analisar o DNA para ter certeza de que se tratava da mesma espécie em ambas as ilhas. E eram, apesar de não mais lutarem por seus territórios.

Essa mudança de comportamento foi acompanhada por mudanças físicas. O crânio dessas “novas” lagartixas é maior e mais largo, o que faz com que as mordidas sejam mais fortes – o que se torna útil quando se tem que comer folhas duras em lugar de mosquitos.

Mas a mudança mais surpreendente estava no intestino das “novas” lagartixas. Elas se tornaram capazes de acumular a celulose das plantas por tempo suficiente para ser digerida pelas bactérias intestinais (algo semelhante ao que fazem os herbívoros).

O que ocorreu com o Podarcis sicula é bastante semelhante à “evolução” dos tentilhões observados por Darwin nas ilhas Galápagos (na verdade, quem estudou mesmo os tentilhões foi o ornitólogo John Gould). O que muitos livros-textos procuram é tentar induzir os alunos a crer que a variação dos tentilhões de Darwin explica a origem das espécies por meio da seleção natural. Mas o fato é que não ocorreu nenhuma macroevolução. Os tentilhões, apesar da variedade de bicos e costumes alimentares, continuam sendo tentilhões; assim como as lagartixas do Mar Adrático, apesar das modificações que sofreram, continuam sendo lagartixas.

Falando em tentilhões, note o que William Brookfield escreveu: “A ‘macroevolução’ é uma extrapolação da ‘microevolução’. A ‘microevolução’, por sua vez, é dependente da flexibilidade de cada espécie. Essa flexibilidade/adaptabilidade é em si um atributo de design positivo que exige uma explicação. Os tentilhões de Galápagos que sufocariam imediatamente e morreriam com as primeiras sementes endurecidas pela seca, são fáceis de ser planejados comparados com os tentilhões de Galápagos que podem adaptar e sobreviver diante de incontáveis ataques ambientais. Um programa de computador que mal pode rodar num único ambiente de computador é muito mais fácil de planejar do que um programa que pode se adaptar, autocorrigir-se, e prosperar em incontáveis ambientes de computadores (PC, Mac, Unix, Atari, etc.). Se as espécies vivas fossem mais pobremente planejadas, elas morreriam imediatamente em resposta a mais insignificante mudança ambiental – e não haveria ‘evolução’ darwiniana. A informação genética correspondente a cada mudança ambiental tem que estar no lugar antes que qualquer organismo possa ‘evoluir’ em resposta à pressão seletiva. Portanto, a teoria darwinista não tem validade em si mesma e é totalmente parasítica no design requintadamente competente. O fator mais importante é que as espécies adaptáveis são exponencialmente mais ricas em informação do que as espécies que não são adaptáveis. Assim, toda a ‘evidência da evolução’ (as mariposas de Manchester, resistência antibiótica pelas bactérias, etc.) é, na verdade, [evidência] a favor do design.”

Como o termo “evolução” é de uma plasticidade semântica incrível, “evoluiu”, tanto no caso da lagartixa quanto no dos tentilhões, significa que houve algumas alterações limitadas. E só.

O que se observou em 33 anos de pesquisas com os tentilhões? Uma espécie se transmutando noutra espécie? Não, apenas a redução do tamanho médio de bicos em uma população de tentilhões-da-terra-médios (Geospiza fortis) que já tinham bicos pequenos. Isso é chamado de “deslocamento de caráter” (character displacement), quando uma espécie adquire características diferentes em razão da competição com outra. Em 1982, uma população de tentilhões-da-terra-grandes (G. magnirostris) invadiu a ilha de Daphne Maior, competindo por comida com a população dominadora de tentilhões-da-terra-médios (G. fortis). Confira esse estudo na Science.

Para complicar mais ainda, diversas espécies de tentilhões parecem estar se misturando por hibridização, em vez da diversificação através da seleção natural, como exige a teoria neodarwinista. (Peter R. Grant e B. Rosemary Grant, “Hybridization of Bird Species”, Science 256 [1992], p. 193-197)

Para finalizar, é curioso notar a facilidade com que a Podarcis sicula se tornou herbívora. Seria isso o “eco” de um passado distante, quando todos os seres vivos se alimentavam de vegetais? Portanto, trata-se de “evolução” ou uma espécie de “retorno às origens”? Dá o que pensar… [MB]

Cadê a poesia, Dr. Drauzio?

Quem lê as colunas de Drauzio Varella na Folha de S. Paulo já sabe o que esperar desta coletânea de ensaios [publicada] pela Companhia das Letras [Borboletas da Alma]. Quem não lê, terá o prazer adicional da surpresa. A maravilha desses textos é que eles são absolutamente informativos a respeito de temas científicos e médicos, mas são também muitas vezes de um lirismo que embala a alma.

“A vida na Terra é um rio que começou a correr há quase 4 bilhões de anos, e chegou até você e eu no meio de uma diversidade espetacular: leões, mosquitos, coqueiros, bactérias, algas marinhas e dezenas de milhões de outras espécies.” Assim começa o livro, e é por esse rio que Drauzio Varella nos conduz ao longo das mais de trezentas páginas que se seguem.

Alguns textos são cheios de poesia, outros mais pragmáticos descrevem mazelas de saúde e afins. Todos aumentam nosso conhecimento sobre o mundo, sobre o nosso dia-a-dia, sobre o funcionamento do corpo humano. E muito mais.

Tive a sorte de organizar o volume, o que quer dizer que li e reli todos os textos. O mundo ficou mais claro, e seus mistérios mais bonitos. Junto minha voz à do autor: “Com todo o respeito pelos que acreditam ter sido o homem criado por um sopro transcendental, a visão de que a vida surgiu aleatoriamente, há quase 4 bilhões de anos, a partir de moléculas capazes de fazer cópias de si mesmas e que, através da seleção natural, formaram seres tão díspares quanto bactérias, árvores e mamíferos encerra mais mistério e poesia.”

(Maria Guimarães, em Ciência e Idéias)

Nota: Admiro o Dr. Drauzio pelo trabalho sério que ele realiza no campo da medicina e pela popularização de tratamentos e de hábitos preventivos que ele promove na mídia. Mas discordo totalmente de sua “visão poética” da vida. Com todo respeito pelos que acreditam ter o homem se originado de matéria não viva num “mar primitivo” passando pela evolução não dirigida de seres primitivos ao longo de bilhões de anos, a visão de que a vida foi inteligentemente e amorosamente planejada pelo Criador que nos fez à Sua imagem e semelhança, criando dois sexos dotados de diferenças que se complementam e de suficientes semelhanças para se perceberem como iguais é muito mais bela e carregada de poesia. Basta ler os primeiros capítulos de Gênesis em comparação com qualquer livro que trate do surgimento da vida segundo a visão darwinista, para notar onde está, realmente, a verdadeira “poesia”. [MB]

O parto “mais antigo do mundo”

Um grupo de cientistas australianos descobriu um fóssil de placodermo de 380 milhões de anos [sic] prestes a dar à luz. Os exemplos existentes de fósseis de animais no momento de procriar são extremamente raros, e este novo espécime retrocede em 200 milhões de anos [sic] a data recorde de um nascimento de que se tem conhecimento.

No espécime encontrado, observa-se um embrião ligado ao cordão umbilical de sua mãe, o que parece indicar uma nova espécie em si mesma. A descoberta, publicada em uma edição de 2008 da revista científica Nature, mostra uma biologia reprodutiva avançada, comparável a de alguns tubarões e raias de nossa época.

Os placodermos, extintos há muito tempo, eram um grupo amplo e diverso de peixes, que os cientistas consideravam como os vertebrados mais primitivos dotados de mandíbulas. No entanto, os fósseis encontrados pelo cientista John Long e seus colegas revelam que essas espécies não eram tão primitivas como para não poder gerar crias.

A descoberta pertence à Formação Gogo, na Austrália, e representa uma nova espécie de placodermo preservada no momento do nascimento.

(G1 Notícias)

Nota: Duas coisas: (1) as evidências de sepultamento repentino por lama (o que possibilita a fossilização) são cada vez mais abundantes; (2) as pesquisas e descobertas têm demonstrado que já no “início da vida” os seres vivos eram dotados de complexidade espantosa e irredutível. Ou os evolucionistas jogam a idade da Terra mais para trás do que já fizeram, ou terão que admitir a ideia absurda de que a vida já “surgiu” com toda a complexidade necessária. Que sinuca, não? [MB]

Leia também: “Árvore da Vida” de Darwin sofre ataque na base

O que há de errado com a evolução teísta?

A evolução teísta, como é geralmente definida, é a crença de que os processos naturais, sustentados pela providência ordinária de Deus, foram os meios pelos quais ele trouxe a vida e a humanidade. Frequentemente, envolve uma ancestralidade comum para todas as coisas vivas, macroevolução e alguma versão de poligênese.

William Dembski explica: “Para os criacionistas da Terra jovem e da Terra velha, os humanos que carregam a imagem divina foram criados do zero. Em outras palavras, Deus fez algo radicalmente novo quando nos criou – não emergimos de organismos pré-existentes. Segundo essa visão, hominídeos em pleno funcionamento, com corpos totalmente humanos, mas sem a imagem divina, nunca existiram. Para a maioria dos evolucionistas teístas, em contraste, os ancestrais primatas evoluíram ao longo de vários milhões de anos até hominídeos com corpos totalmente humanos” (God and Evolution, p. 91).

De acordo com alguns proponentes da evolução teísta, Gênesis 2:7 é uma referência à obra de Deus na história, pela qual ele transformou Adão em um ser espiritual à imagem de Deus, em vez do tipo inferior de ser que ele era antes. Essa abordagem ainda insiste na historicidade de Adão e Eva e sua queda real no Jardim. Mas, nessa visão, Adão pode não ter sido o primeiro humano:

“De acordo com o modelo preferido de [Denis] Alexander, os humanos anatomicamente modernos surgiram há cerca de 200 mil anos, com a linguagem tendo se desenvolvido há 50 mil anos. Então, por volta de 6.000-8.000 anos atrás, Deus escolheu alguns agricultores neolíticos e então Se revelou pela primeira vez, constituindo-os assim como Homo divinus, os primeiros humanos a conhecer Deus e a estar espiritualmente vivos” (Should Christians Embrace Evolution?, p. 47).

E o que há de errado com essa abordagem? Por que não podemos dizer que Adão foi uma pessoa real e a primeira pessoa a conhecer Deus, mas não o único humano no planeta? Não estamos ainda no reino da ortodoxia histórica, mesmo se Adão tivesse evoluído de outros seres e não tivesse sido o pai físico de todas as pessoas vivas? Estou levantando essas questões não para sugerir uma postagem unilateral no blog e algumas citações visando obliterar a evolução. Em vez disso, o ponto é examinar se a evolução total pode ser reconciliada com a fidelidade total à autoridade bíblica.

Listados abaixo estão oito problemas que Wayne Grudem encontra com a evolução teísta. Eu reconheço que ele pode não ser uma autoridade nesses assuntos, mas de maneira típica ele destila os pontos principais muito bem, e explica sucintamente a quais conclusões antibíblicas devemos chegar para que a evolução teísta seja verdadeira.

  1. Adão e Eva não foram os primeiros seres humanos, mas eram apenas dois agricultores neolíticos, entre cerca de dez milhões de outros seres humanos na Terra naquela época, e Deus escolheu revelar-Se a eles de uma forma pessoal.
  2. Esses outros seres humanos já haviam procurado adorar e servir a Deus ou aos deuses por suas próprias maneiras.
  3. Adão não foi especialmente formado por Deus do “pó da terra” (Gn 2:7), mas teve dois pais humanos.
  4. Eva não foi feita diretamente por Deus de uma “costela que o Senhor Deus tirou do homem” (Gn 2:22), mas ela também tinha dois pais humanos.
  5. Muitos seres humanos, tanto da época como de agora, não são descendentes de Adão e Eva.
  6. O pecado de Adão e Eva não foi o primeiro pecado.
  7. A morte física humana já ocorria por milhares de anos antes do pecado de Adão e Eva – era parte da forma como seres vivos sempre existiram.
  8. Deus não impôs nenhuma alteração no mundo natural quando amaldiçoou a Terra por causa do pecado de Adão (Should Christians Embrace Evolution?, p. 9).

Essas são outras questões que a evolução teísta levanta para o cristão que crê na Bíblia. Como podemos manter a dignidade e majestade especiais que a Bíblia concede aos seres humanos, quando somos apenas qualitativamente diferentes de outras formas de vida e continuamos com o restante do mundo animal? Como Deus pode imputar o pecado e a culpa a todos os humanos ao longo da linhagem do representante federal, quando alguns de nós não têm nenhuma conexão física com Adão? Da mesma forma, se nem todos descendemos literalmente de um casal, como podemos todos ter uma conexão ontológica com Cristo que assumiu a carne da raça de Adão?

Claro, se não precisasse encaixar na Bíblia, esses problemas não seriam problemas (conceitualmente). Mas a evolução teísta pretende reunir o consenso evolucionista com a doutrina fiel da criação. Esse é todo o apelo. E, no entanto, não vejo como os dois possam ser compatíveis, tenha Adão realmente existido ou não.

(Kevin Deyoung; Coalizão Pelo Evangelho; Tradução Paulo Reiss Junior)

Leia também: O avanço do evolucionismo-teísta no Brasil, Instituição evoteísta faz ataque silencioso ao criacionismo, As incoerências do evolucionismo teísta, Vaticano assume evoteísmo e deve reabilitar padre evolucionista

Inteligência artificial traz constrangimentos à teoria da evolução

Na verdade, vários outros aspectos do modelo precisariam de uma revisão.

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Os cientistas há muito acreditam que as extinções em massa de formas de vida na Terra criam períodos muito produtivos de evolução das espécies, ou “radiações”, um modelo conhecido como “destruição criativa”. No entanto, uma nova análise com uma amplitude nunca feita mostrou resultados bem diferentes. Cientistas do Instituto de Tecnologia de Tóquio usaram o aprendizado de máquina para examinar a co-ocorrência de espécies fósseis e descobriram que radiações e extinções raramente estiveram conectadas na história da vida na Terra. Em outras palavras, as extinções em massa geralmente não causam radiações em massa, o que é um grande problema para o neodarwinismo.

A destruição criativa é central para os conceitos clássicos de evolução. Parece claro pelo registro fóssil que há períodos em que muitas espécies desaparecem repentinamente, e muitas espécies novas aparecem de repente. O “de repente” sempre foi uma pedra no sapato dos teóricos, uma vez que o mecanismo de surgimento de novas espécies está longe de ser claro – sem teorias razoáveis para esse mecanismo até agora, os biólogos tipicamente deixam o problema em compasso de espera afirmando que novas espécies surgem “ao longo de milhões de anos”, e não “de repente” [o que se trata de especulação filosófica, diga-se].

De fato, radiações (emergências de vida) de uma escala comparável às extinções em massa – que os autores deste novo estudo chamam de radiações em massa – têm sido muito menos estudadas do que os eventos de extinção, que estão claros no registro paleontológico [na verdade. o registro fóssil mostra um grande evento de extinção em massa que pode ser associado ao dilúvio bíblico, mas, infelizmente, essa catástrofe não é levada em conta pelos evolucionistas, por puro preconceito].

A equipe usou um programa de aprendizado de máquina para examinar a co-ocorrência temporal de espécies no registro fóssil fanerozóico, examinando mais de um milhão de entradas em um enorme banco de dados público que inclui quase duzentas mil espécies. Os resultados sugerem que a destruição criativa não é uma boa descrição de como as espécies se originaram ou foram extintas durante o Fanerozóico.

O método objetivo de inteligência artificial identificou nos dados os “cinco grandes” eventos de extinção em massa já descritos pelos paleontólogos, mas demonstrou que eles estão entre os 5% principais eventos de perturbações significativas em que a extinção ultrapassou a radiação ou vice-versa.

Na verdade, muitos dos momentos mais notáveis da radiação evolutiva ocorreram quando a vida entrou em novas arenas evolucionárias e ecológicas, como durante a explosão cambriana [veja o vídeo abaixo] da diversidade animal e da expansão carbonífera dos biomas florestais. [Fico pensando se os computadores não fossem alimentados com a informação de que a vida na Terra evoluiu ao longo de supostos milhões de anos; que resultados se obteriam…]

O programa também identificou sete extinções em massa adicionais nunca descritas, dois eventos combinados de extinção em massa e radiação, e quinze radiações em massa – em outras palavras, a emergência de vida em massa superou as extinções em massa por um placar de 15 a 12. [Identificação baseada em dados fornecidos.]

Surpreendentemente, em contraste com as narrativas anteriores, que enfatizam a importância das radiações pós-extinção, o estudo demonstrou que as radiações em massa e as extinções mais comparáveis raramente estiveram acopladas no tempo, o que refuta a ideia de uma relação causal entre elas.

Esses são resultados marcantes para a teoria da evolução, trazendo desafios para biólogos e paleontólogos, que agora terão que se deparar com a época em que suas teorias precisam dar um salto evolutivo. [Na verdade, vários outros aspectos da teoria da evolução precisariam de uma revisão, especialmente depois do desenvolvimento de áreas de pesquisa como a biologia molecular e a bioquímica.]

(Inovação Tecnológica)

“Árvore da Vida” de Darwin sofre ataque na base

Cada vez mais parece que a tal “árvore” de Darwin está mais para “gramado”.

ctenoforo

A “árvore da vida” de Darwin está sofrendo outro golpe. A raiz da vida multicelular deveria ser o mais simples, o mais primitivo animal. Agora, os cientistas estão considerando seriamente que a “mãe de todos os animais” foi um animal complexo com intestino, tecidos, sistema nervoso e um surpreendente display luminoso: uma água-viva, da família dos ctenóforos. PhysOrg preparou o anúncio como se fosse maximizar a surpresa: “E o primeiro animal sobre a Terra foi…” Se o suspense está matando você, considere o impacto sobre os cientistas que, com recursos para pesquisa da National Science Foundation, concluíram que foi uma água-viva. Casey Dunn exclamou: “Isso foi totalmente um choque. Tão chocante que pensamos inicialmente que algo tinha dado errado.”

As águas-vivas são mais complexas do que as esponjas, há muito tempo consideradas como os animais mais primitivos porque não dispõem de tecidos e órgãos. Colocar uma água-viva na base da árvore de Darwin leva o mistério da evolução dos tecidos complexos para um passado inobservável.

Dunn disse que as antigas águas-vivas provavelmente pareciam diferentes das atuais, mas um fóssil de água-viva encontrado ano passado nas rochas fossilíferas do período Cambriano na China parecia essencialmente moderno. Ele foi datado como do início do período Cambriano — supostamente com 540 milhões de anos.

Science Daily começou seu relato com um sumário do impacto: “Uma nova pesquisa mapeando a história evolucionária dos animais indica que o primeiro animal da Terra — uma criatura misteriosa cujas características somente podem ser inferidas de fósseis e de pesquisas com animais vivos — foi provavelmente mais significantemente mais complexo do que previamente crido.” Um título secundário foi “Sacudindo a árvore da vida”.

Ironia do destino: essa notícia foi capa da revista Nature de 10 de abril deste ano, com o título “Relações ampliadas”.

Na ilustração abaixo está a tal “árvore da vida” (interessante essa tentativa de paráfrase de outra árvore da vida registrada em Gênesis…), que constava, ilustrada de forma bem mais simples, do livro A Origem das Espécies. Cada vez mais parece que a tal “árvore” de Darwin está mais para “gramado”.

Fóssil mostra primeiro animal que teria feito sexo

Paleontóloga afirma que vida era complexa muito antes do que se pensava

minhoca

Uma espécie de minhoca de 30 cm de comprimento, que vivia no fundo do mar, pode ter sido o primeiro ser vivo a praticar sexo, há pelo menos 565 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], de acordo com a descoberta da paleontóloga Mary Droser, da Universidade da Califórnia Riverside. A paleontóloga e sua equipe argumentam que o ecossistema da Terra já era complexo muito antes do que se pensava, ainda na Era Neoproterozóica, quando começaram a aparecer os primeiros organismos multicelulares.

Até hoje acreditava-se que os primeiros organismos multicelulares eram simples, e que as estratégias atuais usadas pelos animais para sobreviver, se reproduzir e crescer em números só teriam aparecido bem depois, por causa de uma série de fatores, que incluiriam pressões evolucionárias e ecológicas, impostas por predadores e pela competição por alimentos e outros recursos.

Mas a paleontóloga encontrou fósseis da Funisia dorothea no deserto do sul da Austrália, que demonstram que o organismo tubular tinha vários meios de crescer e se reproduzir – similares às estratégias usadas pela maioria dos organismos invertebrados para propagação atualmente.

Funisia dorothea crescia em abundância, cobrindo o solo do oceano, durante a Era Neoproterozóica, um período de 100 milhões de anos [sic] que se encerrou há cerca de 540 milhões de anos [sic], quando não havia predadores.

“O modo como a Funisia aparece nos fósseis mostra claramente que os ecossistemas eram complexos desde muito cedo na história dos animais na Terra – isso é, antes de os organismos desenvolverem esqueletos e antes do surgimento da predação ampla”, disse Mary Droser, que descobriu os organismos pela primeira vez em 2005.

“Geralmente, os indivíduos de um organismo crescem próximos uns aos outros, em parte, para garantir o sucesso reprodutivo”, afirmou a paleontóloga. “Na Funisia, nós estamos muito provavelmente vendo reprodução sexual num antigo ecossistema – possivelmente a primeira ocorrência de reprodução sexual entre animais em nosso planeta.”

Os fósseis mostram grupos de indivíduos da espécie com aproximadamente a mesma idade, o que sugere uma “ninhada”, o que, normalmente, seria fruto de reprodução sexual, afirma a cientista.

“Entre os organismos vivos, a produção de ninhadas quase sempre é fruto de uma reprodução sexuada, e muito raramente de reprodução assexuada”, disse Droser. Além das ninhadas, o organismo se reproduzia por “brotos”, gerando novos indivíduos a partir de pedaços, e cresciam adicionando pedaços às suas pontas.

Segundo a paleontóloga Rachel Wood, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, a descoberta mostra que estratégias de desenvolvimento fundamentais já haviam sido estabelecidas nas primeiras comunidades animais conhecidas, há cerca de 570 milhões de anos [sic].

“O fato de que a Funisia mostra o crescimento em grupos de indivíduos próximos uns aos outros no solo do mar nos permite inferir que esse organismo também se reproduzia sexualmente, produzindo ninhadas limitadas de larvas”, disse a paleontóloga, que não está envolvida no estudo.

“Este é o modo como muitos animais primitivos, como esponjas e corais, se reproduzem e crescem hoje em dia. Então, apesar de não conhecermos as afinidades de muitos desses animais mais antigos, nós sabemos que suas comunidades foram estruturadas de modos muito similares aos que existem ainda hoje.”

O estudo de Mary Droser foi publicado na revista Science.

(Terra)

Nota: Cada vez mais os pequisadores estão percebendo que a vida “surgiu” já extremamente complexa, o que, sob a ótica darwinista, é algo bem complicado de se explicar. Já é difícil explicar o “surgimento” da reprodução sexuada (uma vez que ela depende de uma série de processos interrelacionados em organismos diferenciados – macho e fêmea – cuja evolução precisaria ter se processado paralela e concatenadamente) em qualquer tipo de ser vivo; imagine explicar como esse tipo de reprodução teria surgido em organismos “primitivos” como a Funisia… (Os grifos no texto são meus.) [MB]

A teoria-explica-tudo

Seria até mesmo a fé um fruto da evolução?

Enquanto na física se busca a teoria do tudo (a unificação da física quântica com a relatividade), na biologia parece que essa teoria-explica-tudo já existe e se chama darwinismo. Para muitos, as idéias de Darwin (devidamente aprimoradas por seus seguidores em um século e meio) seriam capazes de, por exemplo, explicar (e até justificar) por que alguns homens são puladores de cerca contumazes, por que gostamos de doces e por que apreciamos boa música. A novidade agora é a “explicação” darwinista de um fato observável em quase todo ser humano: nossa predisposição para crer.

Esse foi um dos temas da revista Galileu anos atrás. Na prévia publicada no site G1 Notícias, há a afirmação de que um crescente número de cientistas está considerando a religião um produto da biologia humana, tal como a linguagem, a arte ou o uso de drogas.

Segundo a matéria, a “arqueologia sugere que só começamos a enterrar nossos mortos e ter uma ideia de seres ‘sagrados’ (animais, por exemplo) há poucas dezenas de milhares de anos. Por que, de repente, nossa espécie ‘acordou’ para o lado sobrenatural das coisas?” Não seria por que nossa espécie tem apenas “poucas dezenas de milhares de anos” e, portanto, todos os fenômenos que a acompanham datam também dessa época? Assim, o ser humano seria Homo religiosus desde sua criação, tendo sido criado com essa inclinação para o transcendente e não desenvolvido essa sensibilidade ao longo das eras.

Mas tudo bem. Suponhamos que a fé seja mesmo um fruto da evolução. Por que teria se desenvolvido? Segundo a reportagem de Galileu, na tentativa de explicar o fenômeno, os biólogos da religião se dividem em dois grupos: os defensores da “vantagem adaptativa” e os do “efeito colateral”. “Para os primeiros”, explica o texto, “o ato de crer em si é que foi vantajoso para os antigos humanos – tão vantajoso que os que ‘desenvolveram’ a fé deixaram mais descendentes e passaram o traço adiante. A principal vantagem de desenvolver o instinto religioso seria a coesão social que ele traz: se toda a tribo está unida na devoção ao seu deus, ela se torna mais trabalhadora e mais corajosa na guerra, entre outras coisas.”

Gene egoísta bem inteligente esse, não? Pelo jeito, sob esse ponto de vista, os exploradores da religião são bem mais antigos do que se pensa…

O outro grupo (do efeito colateral) aposta que “as vantagens para a sobrevivência vinham de características da nossa mente que não têm nenhum elo direto com a religião. No entanto, o resultado acidental dessas propriedades mentais foi estimular o surgimento da fé”. Então, a fé é um acidente de percurso?!

Tem mais. Segundo o texto, nossa “mania” de ver intencionalidade nas coisas – nas nuvens, na chuva, nas estrelas – seria um efeito colateral da capacidade de prever ações e intenções de outras criaturas. Daí para a ideia de deuses por trás dessas coisas seria um passo natural. Quer dizer, então, que a informação especificada do DNA e a homoquiralidade, para mencionar apenas dois exemplos, seriam fruto de uma intencionalidade inexistente? Coisa da nossa cabeça programada pela evolução para ver intenções? Para mim, isso soa mais como um reforço das palavras de ordem de Francis Crick: “Os biólogos devem sempre ter em mente que aquilo que vêem não foi planejado, mas que evoluiu.” [MB]