A narrativa evolucionista costuma apresentar o corpo humano como uma máquina montada “aos trancos e barrancos” ao longo de bilhões de anos. Segundo essa visão, cada detalhe – das células aos órgãos complexos – teria surgido de adaptações acumuladas ao acaso. No entanto, quando analisamos características específicas do corpo humano, percebemos que algumas delas permanecem profundamente enigmáticas, mesmo para os cientistas mais comprometidos com o paradigma evolutivo. Uma delas é o queixo humano, uma estrutura única entre todos os mamíferos e que até hoje não encontra uma explicação convincente dentro da biologia darwinista.
Mesmo com avanços consideráveis, pesquisadores admitem que ainda existem enormes lacunas sobre o porquê de muitas características terem surgido. O professor Max Telford, da University College London, destaca isso em seu livro A Árvore da Vida: embora se pense que é possível reconstruir a suposta “ordem histórica” em que certas estruturas teriam surgido – intestino antes de coluna vertebral, pelos antes de unhas, etc. -, explicar o propósito evolutivo de cada traço continua sendo um desafio persistente.
Convergência: quando a evolução repete a história (ou deveria repetir)
Os evolucionistas contam com um recurso chamado evolução convergente para tentar explicar certas características. Se uma mesma estrutura aparece em espécies de ramos diferentes, supõe-se que ela tenha evoluído repetidamente devido a pressões semelhantes. Isso serviria como uma “experiência natural” para testar hipóteses.
Um exemplo frequentemente citado é o tamanho dos testículos entre primatas e outros mamíferos. Espécies mais promíscuas tendem a ter testículos maiores; espécies monogâmicas, menores. Chimpanzés e bonobos têm testículos volumosos e práticas sexuais grupais; gorilas, mais reservados, possuem testículos pequenos. Golfinhos chegam ao extremo – até 4% do peso corporal! A suposta relação entre comportamento sexual e tamanho dos testículos só pôde ser feita, segundo eles, pela repetição desse padrão em grupos distintos.
No entanto, esse mesmo método não funciona para algo como o queixo humano, porque ele simplesmente não existe em nenhuma outra espécie. Não há convergência. Não há “repetição” que permita comparação. Não há experimento natural. Não há como testar hipóteses evolutivas.
E é por isso que o queixo permanece um “mistério evolutivo”.
O que o queixo humano sugere?
Existem inúmeras hipóteses dentro da literatura evolucionista:
teria surgido para fortalecer a mandíbula em combates pré-históricos;
seria uma adaptação sexual (possivelmente realçando barba ou imponência);
seria um subproduto surgido sem função específica, ligado ao amolecimento dos alimentos com o advento da culinária;
seria apenas uma consequência de mudanças no crânio, sem qualquer propósito real.
O problema? Nenhuma dessas hipóteses pode ser comprovada. E mais: nenhuma outra criatura apresenta nada sequer semelhante ao nosso queixo projetado.
Se a evolução realmente funciona como um processo natural recorrente, por que ela não produziu nada parecido nenhuma única vez em outros ramos mamíferos? Por que uma característica tão marcante aparece somente no ser humano?
Do ponto de vista criacionista, porém, o queixo não é um acidente nem um subproduto. Ele faz parte de um projeto anatômico único, coerente com a ideia de que o ser humano não é apenas mais um primata, mas uma criatura singular, criada à imagem de Deus.
O ser humano continua sendo um caso à parte
Enquanto exemplos como o tamanho dos testículos permitem aos evolucionistas construir narrativas plausíveis (mas ainda assim especulativas), características únicas como o queixo humano expõem os limites explicativos da teoria.
E esse não é o único caso. Poderíamos citar:
nossa capacidade simbólica sem paralelos
nossa linguagem articulada
nossa postura totalmente ereta
nosso cérebro desproporcionalmente grande
e até nossa espiritualidade intrínseca
Todos esses elementos convergem para o quadro de uma espécie cuja origem não se encaixa facilmente nos mecanismos naturalistas.
Mistério para uns, evidência para outros
O texto do professor Telford termina com a conclusão de que algumas características humanas talvez “estejam destinadas a permanecer um mistério”. Mas, da perspectiva bíblica, elas não são mistério – são assinatura. São marca. São identidade.
O que aparece como enigma evolutivo é, para o criacionismo, mais um lembrete de que a complexidade e singularidade do ser humano apontam para um Criador inteligente, não para uma sequência de acidentes acumulados.
A ciência honesta continua observando o que muitos preferem não admitir: a evolução não explica tudo. E quanto mais estudamos o corpo humano, mais percebemos que ele reflete propósito, intenção e design, não acaso.
A origem da vida continua sendo um tema enigmático e controverso. Estudos recentes têm questionado as hipóteses que sustentam a viabilidade de fatores abióticos para o surgimento, a manutenção e a evolução da vida no planeta, considerando os inúmeros fracassos nas simulações. Nesse contexto, observa-se a crescente retomada da Teoria Cosmozoica, ou Panspermia Cósmica, cujas propostas avaliam a possibilidade de que a vida tenha se originado em algum ponto do espaço e, posteriormente, precursores da vida, ou cosmozoários, tenham chegado à Terra em meteoros, asteroides e planetoides. O objetivo deste ensaio é analisar, por meio de revisão de literatura, o contexto pelo qual a Teoria Cosmozoica tem sido retomada, considerando a complexidade dos aspectos bioquímicos da vida e as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores na tentativa de compreender e explicar a origem abiótica da vida na Terra. A partir dessa análise, infere-se que a retomada da Teoria Cosmozoica evidencia a fragilidade dos modelos que sustentam a origem da vida exclusivamente por fatores abióticos.
Modelos computacionais sugerem que há uma chance de 65,2% de conseguir uma mutação bem-sucedida dentro de uma geração. Também assume que praticamente todas as gerações irão produzir uma mutação favorável.[1] Depois de mais 27 mutações, haveria um órgão novo e funcional. Mas o que o conhecimento científico atual na área de mutagênese diz a respeito da Drosophila melanogaster? A mosca-da-fruta, D. melanogaster, é um organismo modelo genético bem estudado e altamente dócil para a compreensão dos mecanismos moleculares de doenças humanas. Sugere-se que muitas propriedades biológicas, fisiológicas e neurológicas básicas são compartilhadas entre a mosca-da-fruta e os humanos. A D. melanogaster contém aproximadamente 14 mil genes, enquanto o ser humano possui cerca de 19 mil.[2-4] Sabe-se que 75% dos genes de doenças humanas conhecidas têm uma correspondência com o genoma da mosca.[2, 3] Quando o genoma total de ambas as espécies é comparado, 44% das proteínas humanas são similares às da mosca-da-fruta.[7]
Os geneticistas começaram a criar a mosca-da-fruta logo após a entrada do século 20, e desde 1910, quando a primeira mutação foi relatada, mais de 3.000 mutações têm sido identificadas.[8] Todas as mutações são prejudiciais ou inofensivas; nenhuma delas produziu uma mosca-da-fruta mais bem-sucedida.[9] Em 2010, um estudo norte-americano acompanhou em laboratório mais de 600 gerações de D. melanogaster, e descobriu que é raro o surgimento de alelos incondicionalmente vantajosos por meio da seleção natural.[10] Pesquisas têm demonstrado cada vez mais os limites do poder seletivo desse mecanismo sobre as espécies. Entretanto, está bem estabelecida sua influência em alterar o equilíbrio das frequências gênicas em distintas populações.[11-13] Quando as populações se deparam com mudanças ambientais e migram para uma nova área, por exemplo, a seleção natural favorece a combinação de características que farão o organismo mais bem-sucedido (adaptação) nesse novo ambiente.[9]
No entanto, também deve ser considerado o custo de fitness (perda de aptidão/função) que a mosca-da-fruta sofre por manter sua variedade genética ou quando há ganho de uma nova função. Em 2003, um estudo suíço demonstrou que cada nova capacidade de aprendizagem (nova função metabólica, por exemplo) confere um maior custo ao organismo; no caso da mosca, esse custo seria representado por uma diminuição na capacidade competitiva de suas larvas.[14] Outro exemplo de custo de fitness pode ser encontrado em bactérias que passaram a metabolizar citrato na presença de oxigênio (o que geralmente não ocorre), no entanto, essa nova função provavelmente resultou da perda de informação genética.[15] Mais ainda: bactérias tiveram um crescimento mais rápido e um aumento na capacidade competitiva das cepas a custo da perda de genes por mutações deletérias, o que resultou em diminuição de seus genomas.[16] Em termos práticos o que está sendo sugerido é que alterar um recurso para melhor pode mudar outro para pior, portanto, na análise do balanço, não houve diferença entre o saldo inicial e o final.
No tocante às experiências realizadas com as moscas-da-fruta, os neodarwinistas alegam que observaram a origem de novas espécies (especiação), considerando a definição simplista padrão de “espécie” como sendo uma “população reprodutivamente isolada”. Em 1974, foi realizado na Inglaterra um estudo experimental em duas subespécies preexistentes da mesma espécie de D. melanogaster com o objetivo de determinar se mudanças nas preferências de acasalamento poderiam ser induzidas.[17] Isso incluiu a morte artificial de híbridos entre as cepas (um processo que não necessariamente imita a natureza). Os resultados demonstraram que um isolamento reprodutivo incompleto foi estabelecido. Em 1956, um estudo escocês já havia demonstrado apenas um isolamento sexual parcial.[18]
A mudança biológica mais evidente que o exemplo reprodutivo documentou foram diferenças de comportamento em pequena escala em relação ao cortejo (namoro), especificamente em mudanças na quantidade de “lambidas” e “vibração” que os machos realizam com as fêmeas para iniciar o acasalamento.[19] Porém, tudo o que foi observado são alterações nos comportamentos de iniciação ao namoro (lambidas e vibrações) mudando entre as cepas. Ambas as linhagens foram “similares” antes das experiências, e essas pequenas alterações nos comportamentos de acasalamento se mantiveram muito semelhantes após os experimentos. Mais uma vez, nenhuma mudança biológica significativa foi observada, e o isolamento reprodutivo completo (por exemplo, especiação) não foi estabelecido.
Outra pesquisa experimental selecionou artificialmente certas características comportamentais, mas produziram apenas “ligeiro” isolamento sexual ou “isolamento reprodutivo incipiente”, devido a “mudanças no comportamento sexual”.[20] O artigo sugere que o completo isolamento reprodutivo não foi encontrado: “Se a seleção para geotaxia e fototaxia sempre e necessariamente produz uma mudança no comportamento sexual, e se a contínua seleção pode levar a divergência sexual em qualquer lugar próximo ao isolamento [reprodutivo] completo, só pode ser decidido por novos experimentos”. Nesse caso, não somente o completo isolamento não foi alcançado, mas a mudança biológica significativa também não foi atingida.[19] Além desses, podemos citar outros estudos que não encontraram o completo isolamento reprodutivo em espécies de moscas-da-fruta.[21, 22]
A manipulação de genes foi mais uma tentativa de progressão evolutiva das moscas-da-fruta a qual resultou em aspectos de monstros. A mais popular, a partir de uma perspectiva evolucionista, foi a experiência com os genes chamados HOX (uma abreviação de Homeobox) utilizados pelo organismo durante o desenvolvimento embrionário. Nesse sentido, os cientistas imaginaram que seria mais simples para a evolução operar através da mutação desses genes (isso foi antes de os estudos recentes mostrarem que o desenvolvimento embrionário é mais influenciado pelo DNA regulador, e não por genes). Foi então que, em 1987, um estudo experimental observou mutações no complexo do gene Antennapedia (Antp) da mosca-da-fruta, que resultou no crescimento de pernas na cabeça em vez de antenas.[23] Também foi observado que mutações no gene Homeobox geraram moscas com quatro asas.[24] As asas extras não tinham músculos e representaram peso morto. Para Stephen Meyer, “moscas mutantes que produzem quatro asas sobrevivem hoje apenas em um ambiente cuidadosamente controlado e somente quando pesquisadores qualificados meticulosamente orientam seus estudos por meio de um estágio não funcional após o outro. Essa experiência cuidadosamente controlada não nos diz muito sobre o que mutações não direcionais podem produzir na natureza”.[25: p. 105]
Enfim, assim como ocorre com a D. melanogaster, as evidências revelam o acúmulo de mutações deletérias em outros seres vivos, levando à degeneração e à perda de informação genética em um curto espaço de tempo.[16, 26-30] A entropia genética corrobora essas evidências ao afirmar que há maior acumulação de mutações prejudicais do que qualquer outro tipo, e que esse acúmulo ocorre tão rapidamente que a seleção natural não poderia detê-lo.[31] O que não se observa é um aumento de nova informação genética, já que para o “surgimento” de novos genes e/ou órgãos funcionais e planos corporais seria necessário acréscimo de muita informação complexa e específica. Assim, décadas de estudos de laboratório e de campo nas populações selvagens sugerem que a seleção natural só atua nas variações que já existem na população e, mesmo assim, de forma limitada. Os sobreviventes dos mais de cem anos de torturas em laboratório ainda são apenas moscas.
(Everton Alves)
Referências:
1. Truman R. “Dawkins’ weasel revisited.” Journal of Creation 1998; 12(3):358-361.
2. Adams MD, et al. “The genome sequence of Drosophila melanogaster”. Science. 2000; 287(5461):2185-2195.
3. MGC Project Team. “The completion of the Mammalian Gene Collection” (MGC). Genome Res. 2009; 19(12):2324-2333.
5. Reiter LT, Potocki L, Chien S, Gribskov M, Bier E. “A Systematic Analysis of Human Disease-Associated Gene Sequences In Drosophila melanogaster.” Genome Res. 2001; 11(6): 1114-1125.
6. Pandey UB, Nichols CD. “Human disease models in Drosophila melanogaster and the role of the fly in therapeutic drug discovery.” PharmacolRev. 2011; 63(2):411-36.
8. Lindsley DL, Grell EH. “Genetic Variations of Drosophila melanogaster.” DC: Carnegie Institution of Washington, Publication nº 627, 1967.
9. LesterL. “Genetics: No Friend of Evolution.” Creation 1998; 20(2):20-22.
10. Burke MK, Dunham JP, Shahrestani P, Thornton KR, Rose MR, Long AD. “Genome-wide analysis of a long-term evolution experiment with Drosophila”. Nature. 2010; 467:587-590.
13. Lenormand T. “Gene flow and the limits to natural selection.” Trends in Ecology & Evolution 2002; 17(4):183-189.
14. Mery F, Kawecki TJ. “A fitness cost of learning ability in Drosophila melanogaster.” Proc Biol Sci. 2003; 270(1532):2465-2469.
15. Behe MJ. “Experimental Evolution, Loss-of-Function Mutations and ‘The First Rule of Adaptive Evolution’.” Quarterly Review of Biology 2010; 85(4):419-445.
17. Crossley SA. “Changes in mating behavior produced by selection for ethological isolation between ebony and vestigial mutants of Drosophilia melanogaster.” Evolution. 1974; 28:631-647.
18. Knight GR, Robertson A, Waddington CH. “Selection for sexual isolation within a species.” Evolution. 1956; 10:14-22.
19. Luskin C. “Uncooperative Fruit Flies Refuse to Speciate in Laboratory Experiments.” [Jan. 2012]. Evolution News and Views, 2012. Disponível aqui.
20. Del Solar E. “Sexual Isolation Caused by Selection for Positive and Negative Phototaxis and Geotaxis in Drosophila pseudoobscura.” Genetics. 1966; 56:484-487.
21. Oliveira AK, Cordeiro A. “Adaptation of Drosophila willistoni experimental populations to extreme pH medium.” Heredity. 1980; 44(1):123-130.
22. Dodd DMB. “Reproductive Isolation as a Consequence of Adaptive Divergence in Drosophila pseudoobscura.” Evolution, 1989; 43(6):1308-1311.
23. Schneuwly S, Klemenz R, Gehring WJ. “Redesigning the body plan of Drosophila by ectopic expression of the homoeotic gene Antennapedia.” Nature. 1987; 325:816-818.
24. Lewis EB. “Clusters of master control genes regulate the development of higher organisms”. J. Am. Med. Assoc. 1992; 267:1524-1531.
25. Meyer SC, Nelson PA, Moneymaker J, Minnich S, Seelke R. Explore Evolution: The Arguments for and Against Neo-Darwinism. London: Hill House Publishers, 2007.
29. Cui J, Yuan X, Wang L, G Jones, Zhang S. “Recent Loss of Vitamin C Biosynthesis Ability in Bats.” PLoS ONE 2011; 6 (11): e27114.
30. Harjunmaa E, Kallonen A, Voutilainen M, Hämäläinen K, Mikkola ML, Jernvall J. “On the difficulty of increasing dental complexity”. Nature. 2012; 483(7389):324-7.
22 de julho de 2010 marcou o centésimo aniversário das pesquisas genéticas usando as moscas da fruta. O primeiro estudo desse tipo foi publicado na revista Science em 1910 e descreveu a aparição inesperada de uma mosca da fruta macho com olhos brancos após gerações de moscas com olhos pigmentados. Isso inaugurou um século de estudos que se concentraram nas mutações das moscas da fruta. Mas o que realmente se aprendeu com tudo isso? Na maior parte do século passado – e especialmente desde a descoberta do DNA como molécula que carrega informações físicas hereditárias –, as mutações foram o conceito dominante da evolução neodarwinista tido como o gerador central de informações novas e úteis. Assim, as mutações, se fossem selecionadas naturalmente, teriam o poder de conduzir a evolução de todas as coisas vivas na direção da melhoria positiva.
As moscas da fruta, com seu tempo curto de uma geração a outra e apenas quatro pares de cromossomos, representaram excelente campo de testes para a evolução. Em laboratórios de todo o mundo, elas foram submetidas a todo tipo de mutação, induzindo fenômenos, incluindo produtos químicos e tratamentos de radiação, para tentar acelerar as mutações na tentativa de “imitar a evolução”. Depois de tudo isso, era de se esperar que as moscas da fruta de fato exemplificassem a evolução. Mas eles não fizeram isso.
Assim, não tendo conseguido a progressão evolutiva em moscas da fruta por esses meios aleatórios, os pesquisadores mudaram o foco de inúmeras pesquisas para a manipulação intencional dos genes. As mais populares, a partir de uma perspectiva evolucionista, foram as experiências com os genes chamados HOX.
HOX (uma abreviação de Homeobox) são genes utilizados pelo organismo durante o desenvolvimento embrionário. Muitos argumentaram que seria mais simples para a evolução operar através da mutação desses genes, uma vez que uma pequena alteração pode produzir grande efeito no corpo da mosca. No entanto, isso foi antes de os estudos recentes mostrarem que o desenvolvimento embrionário é mais influenciado pelo DNA regulador, e não por genes. E mutações (através da substituição, exclusão ou duplicação) de genes de desenvolvimento como o HOX sempre resultaram apenas em moscas mortas, moscas normais (se a mutação aconteceu sem ter nenhum efeito notável) ou em pequenos monstros. Nenhum desses resultados corresponde à melhoria “positiva” esperada da evolução darwiniana.
Segmentos corporais extras, um conjunto extra de asas ou pernas no lugar das antenas caracterizam as formas estranhas que foram geradas. Três gerações de alterações específicas no DNA produziram moscas com quatro asas – mas elas não conseguiram voar. As asas extras não tinham músculos e representaram peso morto. Stephen Meyer conclui: “Moscas mutantes que produzem quatro asas sobrevivem hoje apenas em um ambiente cuidadosamente controlado e somente quando pesquisadores qualificados meticulosamente orientam seus estudos por meio de um estágio não-funcional após o outro. Essa experiência cuidadosamente controlada não nos diz muito sobre o que mutações não direcionais podem produzir na natureza” (Stephen C. Meyer, Explore Evolution: The Arguments for and Against Neo-Darwinism, p. 105).
Em seu livro Evolution, Colin Patterson resumiu a esperança perdida de encontrar a evolução nas pesquisas com o HOX: “Os efeitos espetaculares das mutações do gene homeobox foram vistos pela primeira vez na Drosophila, no início da história da genética. Portadoras de algumas dessas mutações com certeza podem ser qualificadas como monstros – embora sem muita esperança” (Colin Patterson, Evolution, p. 114).
Considerando que os estudos com as moscas da fruta têm fornecido informações importantes sobre como genes, nervos, longevidade e outras máquinas e processos biológicos funcionam, nenhum progresso foi feito na tentativa de acelerar a evolução desses insetos por mutações. Os sobreviventes dos cem anos de torturas em laboratório ainda são apenas moscas.
Nota: Conforme Enézio E. de Almeida Filho, “a Drosophila melanogaster ‘teima’ em não ‘confessar’ e tampouco demonstrar o fato, Fato, FATO da evolução depois de ser ‘cientificamente torturada’ por um século! Cruz, credo! Nem sob tortura se aceita a evolução!” Enézio, que é mestre em História da Ciência, está levantando bibliografia para um artigo sobre o uso das mosquinhas das frutas, e a conclusão parcial a que se chega, segundo ele, é que a natureza não faz as alterações realizadas em laboratórios pelos cientistas, geralmente por meio de radiações. “E olha que pela cronologia dos milhões de anos, a natureza, como laboratório natural, não fez o que eles fizeram”, conclui. [MB]
Um estudo recente determinou a idade de mais de um milhão de mutações em uma única base (letra) do DNA, e descobriu que mais de 86% das nossas mutações danosas surgiram nos últimos 5.000 a 10.000 anos. As mutações restantes em sua maioria são inócuas e algumas poucas podem até mesmo ser benéficas. A explicação para tantas mutações nos últimos anos, segundo os especialistas, é a explosão demográfica que aconteceu com o surgimento das cidades, cerca de 8.500 anos atrás. Dos cerca de 100.000 anos que a humanidade existe [segundo a cronologia evolucionista], houve um evento de quase extinção 50.000 anos atrás, quando a população humana baixou muito, e a humanidade remanescente se tornou geneticamente muito similar. [Não teria sido bem mais recente esse evento, com a origem da humanidade a partir de uma única família? – MB]
O estudo determinou a distribuição das idades de mutação pelo sequenciamento de 15.336 genes que codificam proteínas em 6.515 pessoas, das quais 4.298 eram de origem europeia, e 2.217 africanos. Segundo o Dr. Joshua Akey, professor associado de ciência genômica da Universidade de Washington em Seattle (EUA), um dos participantes da pesquisa, “em média cada pessoa tem cerca de 150 novas mutações que não estão presentes em seus pais. O número das mudanças genéticas que são introduzidas na população depende do tamanho da mesma”.
Populações maiores, multiplicando-se continuamente pela produção de novas crianças, têm mais oportunidades para o surgimento de novas mutações. Assim, o número de mutações aumenta com o crescimento acelerado da população, como a explosão demográfica que começou 5.115 anos atrás.
Uma das descobertas é que as populações europeias possuem um excesso de mutações danosas em genes essenciais, aqueles que são necessários para crescer até a idade adulta e ter filhos, e em genes ligados a doenças mendelianas, ou seja, ligadas à mutação de um único gene.
Outra descoberta é que as mutações mais antigas têm a tendência de ser menos prejudiciais, e certos genes apresentam apenas mutações mais recentes e danosas, entre eles 12 genes ligados a doenças como a falência de ovário prematura, Alzheimer, endurecimento de artérias cardíacas, e uma forma de paralisia herdada.
Os cientistas também notaram que mutações que afetam genes envolvidos em rotas metabólicas – reações químicas no corpo que geram e armazenam energia – tendem a não ser eliminadas pelas forças da seleção. Metabolismo aberrante contribui para a diabetes, distúrbios lipídicos, obesidade e resistência à insulina, todas doenças modernas.
Mas, apesar de a maior capacidade mutacional resultante do crescimento populacional levar a uma incidência maior de doenças genéticas, há um lado bom: as mutações respondem pela grande variação de traços dos humanos modernos, e elas podem ter criado um novo repositório de variações genéticas vantajosas que a evolução adaptativa pode selecionar em gerações futuras.
O trabalho é o resultado da colaboração entre muitos cientistas genômicos, geneticistas médicos, biólogos moleculares e bioestatísticos na Universidade de Washington, Universidade de Michigan, Colégio de Medicina Baylor em Houston, o Instituto Broad no MIT e Harward, e o Grupo de Trabalho de Genética Populacional. O estudo é parte do Projeto de Sequenciamento Exome do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
Nota: Note que, como prevê o modelo criacionista, a maioria das mutações é deletéria. No entanto, contrariando as evidências, os darwinistas afirmam que as mutações “podem ter criado um novo repositório de variações genéticas vantajosas que a evolução adaptativa pode selecionar em gerações futuras”. Curioso, também, é o fato de que os dados observacionais remontam a poucos milhares de anos. O resto é especulação. [MB]
Você sabia que Adolf Hitler era “fã” de Charles Darwin, e que usou a ideia de seleção natural para levar avante seus planos eugenistas? Quem afirma isso é a secretária pessoal do führer, Traudl Junge, no livro Até o Fim (Ediouro). A obra foi escrita com base nos diários de Traudl, cujo objetivo foi alertar as pessoas para o fato de que jamais pode ser subestimado o poder sedutor de líderes fanáticos. Na página 140, a autora registrou a filosofia de vida do ditador e o que ele pensava sobre religião: “[Hitler] não tinha qualquer ligação religiosa; achava que as religiões cristãs eram mecanismos hipócritas e ardilosos para apanhar incautos. Sua religião eram as leis da natureza. Conseguia subordinar seu violento dogma mais facilmente a elas do que aos ensinamentos cristãos de amor ao próximo e ao inimigo. ‘A ciência ainda não chegou a uma conclusão sobre a raiz que determina a espécie humana. Somos provavelmente o estágio mais desenvolvido de algum mamífero, que se desenvolveu do réptil a mamífero, talvez do macaco ao homem. Somos um membro da criação e filhos da natureza, e para nós valem as mesmas leis que para todos os seres vivos. Na natureza a lei da guerra vale desde o começo. Todo aquele que não consegue viver, e que é fraco, é exterminado. Só o ser humano e, principalmente, a igreja têm por objetivo manter vivos artificialmente o fraco, o que não tem condições de viver e aquele que não tem valor.”
Assim, fica claro que o conceito de luta e de sobrevivência do mais apto moldou o pensamento do genocida, servindo de justificativa “moral” para suas decisões e ações. Hitler se julgava apto a decidir quem tinha valor e quem não tinha. Ele quis dar uma “mãozinha” para a seleção natural eliminando logo aqueles que ele considerava inferiores, como os judeus, os negros e os homossexuais.
Segundo o ditador, “somos provavelmente o estágio mais desenvolvido de algum mamífero, que se desenvolveu do réptil a mamífero, talvez do macaco ao homem”. Portanto, podemos concluir que, assim como Hitler, os evolucionistas creem que o homem veio do macaco e, pior: creem que o nazismo está correto, que a religião não presta e que devemos exterminar os fracos.
Antes que você proteste veementemente (e com razão), deixe-me dizer-lhe que obviamente eu não concordo com a conclusão acima. Obviamente entendo que não se pode julgar o todo pela parte, e que não se podem tirar conclusões gerais com base no que um ou outro pense a respeito do assunto – mesmo que esse um ou outro seja uma figura histórica famosa.
Não, evolucionistas não são nazistas, e afirmar isso com base no que um evolucionista pensa seria leviandade e mesmo maldade da minha parte. Nem todos os evolucionistas abominam a religião, e evolucionistas bem informados jamais diriam que o homem veio do macaco. O que eles dizem é que seres humanos e macacos tiveram um ancestral comum (desconhecido, é verdade).
Então por que resolvi escrever este texto? Porque tem gente fazendo com os criacionistas exatamente o que eu poderia ter feito com os evolucionistas, se eu fosse um canalha (para dizer o pior) ou simplesmente mal informado (para dizer o mínimo).
Recentemente, o criacionismo vem ocupando espaço nos noticiários e tendo suas premissas totalmente distorcidas. Há repórteres levianamente associando o criacionismo com a ideia absurda da Terra plana e a defesa da não vacinação. Existem criacionistas mal informados que defendem essas bandeiras? Sim, existem; assim como há evolucionistas que fazem o mesmo (aliás, o fundador da Flat Earth Society é evolucionista). Mas vamos julgar todos os criacionistas por causa daqueles? Se o fizéssemos, estaríamos cometendo o mesmo erro de chamar os evolucionistas de nazistas.
A Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) já se manifestou a respeito do terraplanismo por meio de uma nota de repúdio (veja aqui). Por que repórteres e formadores de opinião não mencionam isso? Desconhecem o fato? Preferem convenientemente ignorá-lo? A SCB está há mais de 50 anos atuando no Brasil. Tem site e CNPJ. É fácil chegar até ela. Em meus blogs e em minhas redes sociais tenho denunciado a irresponsabilidade dos antivacinas. Não conheço uma entidade criacionista ou divulgador sério do criacionismo que defenda essa insanidade. Então por que a associação? Para denegrir os criacionistas e blindar Darwin? Para embarcar na onda e “lacrar”?
Uma das charges mais infelizes sobre esse assunto foi publicada no jornal gaúcho Zero Hora:
De um lado da ilustração há a tal associação de conceitos superficial e tendenciosa por meio de personagens caricatos; do outro está um senhor de jaleco branco (representante da ciência) acompanhado de uma moça e da frase “a burrice é ousada”. Sim, é mesmo ousada, e às vezes injusta.
Evolucionistas não são nazistas, tanto quanto criacionistas não são terraplanistas nem fixistas inimigos do bom conhecimento. Os pioneiros da ciência, como Isaac Newton, Galileu Galilei, Blaise Pascal e outros, criam na literalidade de Gênesis, mas nem por isso deixaram de legar à humanidade um patrimônio científico gigantesco.
O assunto é mais sério e profundo do que a maioria pensa, e vem sendo tratado de maneira superficial, enviesada e politizada por pessoas que não têm compromisso com a verdade. Por causa disso, estamos assistindo à criação de novos campos de concentração ideológicos para os ditos fundamentalistas retrógrados, e a uma nova matança – de carreiras e reputações.
(Michelson Borges é jornalista, pós-graduado em Biologia Molecular e mestre em Teologia)
Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, estão tentando descobrir como uma espécie de peixe conseguiu sobreviver sem reprodução sexuada há pelo menos 70 mil anos. A população da Molinésia-Amazona, ou Poecilia formosa na nomenclatura científica, é formada apenas por fêmeas e pode ser encontrada na região do Texas, nos Estados Unidos, e no México. A espécie se reproduz por um processo conhecido como ginogênese, que consiste em um tipo de “acasalamento” com machos de outras espécies. O espermatozoide, no entanto, serve apenas para estimular os óvulos da fêmea, não para fecundá-los. Por isso, os filhotes são sempre clones das mães e não herdam traços genéticos do macho. Segundo os cientistas, criaturas que se reproduzem de forma assexuada apresentam problemas genéticos e frequentemente são vítimas de extinção pela fraqueza da espécie, o que não teria acontecido com a Molinésia-Amazona.
Para entender o complexo sistema de sobrevivência desse tipo de peixe, os cientistas calcularam há quanto tempo a Molinésia-amazona deveria ter sido extinta, com base em cálculos das modificações genéticas pelas quais passaram várias gerações. Os resultados mostram que a espécie deveria ter sido extinta há 70 mil anos [sic]. No entanto, ela ainda pode ser encontrada atualmente.
De acordo com os cientistas, a espécie deve estar usando alguns “truques” genéticos para sobreviver e o próximo passo da pesquisa será entender quais são eles. “O que nosso estudo demonstra é que este peixe realmente tem alguma coisa especial e que existem alguns truques que ajudam a espécie a sobreviver”, disse Laurence Loewe, que liderou o estudo.
Uma hipótese levantada pela pesquisa é a de que, em alguns casos, o peixe pode estar pegando traços do DNA dos machos para estimular a reprodução e renovar sua combinação genética.
Segundo Loewe, as descobertas podem ajudar a compreender melhor os mecanismos de outras espécies. “O interessante é que podemos aprender mais sobre outras espécies que utilizam esses mesmos truques”, afirmou.
O estudo foi publicado na revista científica BMC Evolutionary Biology.
Nota: Quando se pergunta a um darwinista como teria surgido o sexo na história evolutiva, aí é que vêm os truques (verbais). Afinal, como explicar a origem de mecanismos, órgãos e sistemas distintos e independentes (no macho e na fêmea), mas perfeitamente interrelacionados? Que “truque” é esse? [MB]
O evolucionismo teísta tenta ser a conciliação entre o criacionismo e o evolucionismo, mas não passa de uma teoria amorfa
À medida que as pesquisas no campo da Bioquímica e da Biologia Molecular avançam, mais o ser humano se conscientiza da enorme complexidade da vida. A ideia de que tudo teria surgido por mero acaso, através de fatores aleatórios ao longo de bilhões de anos já não é tão aceita em nossos dias. E é nesse vácuo entre fé e teorias científicas ateias que vem surgindo com força o evolucionismo teísta – um verdadeiro cavalo de Troia no meio cristão.
É interessante observar as reviravoltas que ocorrem na História. Durante a Idade Média não foram poucos os casos em que a ciência teve que se submeter à Igreja. Por meio da “Santa” Inquisição, o romanismo impunha o medo e mantinha sua dominação ideológica sobre a massa desinformada. A própria Bíblia era negada ao povo, pois, “a fim de Satanás manter seu domínio sobre os homens e estabelecer a autoridade do usurpador papal, deveria conservá-los na ignorância das Escrituras. Suas sagradas verdades deveriam ser ocultadas e suprimidas. Durante séculos a circulação da Bíblia foi proibida pela Igreja de Roma. Ao povo foi proibida a sua leitura. Sacerdotes e prelados interpretavam-lhe os ensinos de modo a favorecer suas pretensões” (Ellen G. White. O Grande Conflito, p. 33 – ed. condensada).
Os anos passaram. Pudemos ver, já no fim do século 20, outra reviravolta. A Igreja Romana (quem diria!) se submetendo às proposições dos cientistas. Pior: às incertezas deles.
Pelo menos foi o que se pôde perceber através dos jornais de todo o mundo, no fim de outubro de 1997. A revista Veja, por exemplo, trouxe à página 47 de sua edição de 30 de outubro daquele ano o seguinte subtítulo: “O Papa surpreende ao dizer que a teoria da evolução é mais do que uma simples hipótese.” E o artigo de Laurentino Gomes continua: “A Igreja [Católica] há muito tempo admite que alguns textos bíblicos são narrativas alegóricas, que não devem ser tomadas ao pé da letra. É o caso do livro Gênese…” Bem, isso não é nenhuma novidade, mas a seguinte declaração do Papa foi: “As novas descobertas levam à constatação de que a teoria da evolução é mais do que uma hipótese […] se o corpo humano tem sua origem em matéria pré-existente, a alma foi criada diretamente por Deus” (aqui João Paulo II repetiu uma frase da encíclica “Humani Generis”, do papa Pio XII). Essa declaração papal conferiu grande força à evolução teísta.
Na verdade, mesmo que o falecido papa não tivesse dito isso, as pessoas estão percebendo que Deus se explica (ou se aceita) pela impossibilidade de, sem Ele, se poder explicar tudo o que existe. Cada vez mais a ideia lógica de um Planejador cósmico é admitida, mas o pensamento evolucionista ainda resiste, uma vez que, para muitos (como os católicos), é sinônimo de verdade científica (ao invés de hipótese). Qual a solução, então? “Bem” – explicam alguns, – “Deus criou a matéria e deu início ao processo evolutivo.” Simples, não? Na verdade, parece simples, mas não é.
Se partirmos da premissa de que Deus é o Criador, mas Se utilizou de processos evolutivos para trazer a vida como a conhecemos à existência, a primeira a ser atingida por esse raciocínio “conciliatório” é a Bíblia. Vejamos por quê.
A Palavra de Deus deixa clara a nossa responsabilidade diante do Criador. Mas se a espécie humana é o resultado final do acaso e da evolução através das eras cronológicas, temos nós qualquer responsabilidade diante de um poder mais elevado? De acordo com o Dr. Siegfried Schwantes (Colunas do Caráter, p. 205), “que estímulo há para se forjarem caracteres nobres e se praticarem atos heroicos numa filosofia que não reconhece outra lei que não a da selva, nem outra sanção que não a sobrevivência do mais forte?”
Se a espécie humana evoluiu, tem significado o importante conceito “todos são criados iguais”? E como a regra áurea “fazei aos outros o que quereis que vos façam” encontra significado na sociedade, se a “sobrevivência dos mais aptos” tem sido responsável por trazer a humanidade ao seu presente estado de inteligência superior? As duas ideias não parecem ser compatíveis. Aliás, se a teoria evolucionista estiver correta, nem ao menos poderemos estar certos de que a “raça” branca, a “raça” negra, ou qualquer outra “raça” não seja inferior.
Como se pode ver, a teologia bíblica é atingida bem no centro se rejeitarmos o relato da Criação. Importantíssimas doutrinas da Bíblia dependem desse relato. Por exemplo: a Bíblia afirma que a morte ocorreu como resultado do pecado (ver Gênesis 2). E na carta de Paulo aos Romanos, lemos que “por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte” (Romanos 5:12). Mas a evolução ensina que a morte existiu desde o princípio, muito antes que houvesse um ser humano. Em outras palavras: a morte não é um resultado do pecado.
Nesse caso, qual é o significado teológico da vida e morte de Jesus? Paulo diz: “Porque, como pela desobediência de um só homem (Adão) muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de Um só muitos se tornarão justos” (Romanos 5:19).
Por que precisamos de redenção e libertação? Se não houve um Jardim do Éden, com sua árvore da vida, qual é o futuro que Apocalipse 22 descreve para os remidos? Se as rochas da crosta terrestre já estivessem cheias de restos fossilizados de bilhões de animais, e mesmo de formas hominídeas que pareciam homens, então o próprio Deus é diretamente responsável por ter criado o sofrimento e a morte, não como julgamento pela rebelião, mas como fator integral da Sua obra de criação e governo soberano. E isso significa caos teológico!
O quarto mandamento da Lei de Deus diz: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar, seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus […] porque em seis dias fez o Senhor os Céus e a Terra e o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou” (Êxodo 20:8-11). Além de ser um mandamento e um sinal distintivo entre o Senhor e Seu povo (ver Ezequiel 20:20), o sábado comemora a obra criadora de Deus, em seis dias literais. Cristo confirmou esse mandamento guardando-o (ver Lucas 4:16). A Bíblia assegura que na Nova Terra (Apocalipse 21) também será observado o sábado (ver Isaías 66:23).
Pela teoria evolucionista, teríamos que ignorar também esse importante mandamento bíblico que é uma evidência de nosso amor ao Criador (ver João 14:15), memorial da criação e selo de obediência e fidelidade a Deus.
Como se pode ver, evolução e criação é uma mistura impossível. A tentativa de conciliação (talvez para se evitarem maiores discussões) acaba originando uma teoria amorfa e ilógica. A Criação não pode ser reproduzida em laboratório, é verdade. Mas a macroevolução biológica (especialmente a abiogênese) também não. No fundo, tudo é uma questão de fé. De minha parte, prefiro crer no Deus Criador Todo-Poderoso, a crer no acaso e no tempo como os fatores “desencadeadores” da vida.
(Michelson Borges é jornalista, pós-graduado em Biologia Molecular e mestre em Teologia)
A descoberta de colágeno em ossos fossilizados por pesquisadores de Liverpool pode fornecer novos insights sobre os dinossauros
Close do osso do quadril de um Edmontosaurus. Crédito: University of Liverpool
Durante anos, os cientistas acreditaram que o processo de fossilização destruía todas as moléculas orgânicas originais, deixando os fósseis desprovidos de seu material biológico original. No entanto, um estudo inovador liderado pela Universidade de Liverpool forneceu fortes evidências de que fósseis mesozóicos, incluindo ossos e dentes de dinossauros, ainda contêm materiais orgânicos preservados. Usando espectrometria de massa avançada e outras técnicas analíticas, pesquisadores detectaram restos de colágeno no osso do quadril de um Edmontosaurus, um dinossauro com bico de pato. Essa descoberta ajuda a resolver um debate de longa data que persiste há mais de 30 anos.
O estudo, publicado no periódico Analytical Chemistry, usou várias técnicas, incluindo sequenciamento de proteínas, para detectar e caracterizar o colágeno ósseo no fóssil de 22 quilos. O fóssil é um sacro de Edmontosaurus excepcionalmente bem preservado, escavado em estratos do Cretáceo Superior da Formação Hell Creek de Dakota do Sul. Ele faz parte das coleções da Universidade de Liverpool e oferece uma oportunidade única para análises de ponta.
O professor Steve Taylor, presidente do Grupo de Pesquisa em Espectrometria de Massa do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Liverpool, disse: “Esta pesquisa mostra, sem sombra de dúvida, que biomoléculas orgânicas, como proteínas e colágeno, parecem estar presentes em alguns fósseis. Nossos resultados têm implicações de longo alcance. Primeiro, eles refutam a hipótese de que quaisquer compostos orgânicos encontrados em fósseis devem resultar de contaminação. Em segundo lugar, sugere que imagens de microscopia de luz polarizada cruzada de ossos fósseis, coletadas por um século, devem ser revisitadas. Essas imagens podem revelar manchas intactas de colágeno ósseo, potencialmente oferecendo um tesouro pronto de candidatos fósseis para análise de proteína posterior. Isso pode revelar novos insights sobre dinossauros – por exemplo, revelando conexões entre espécies de dinossauros que permanecem desconhecidas. Por fim, as descobertas informam o intrigante mistério de como essas proteínas conseguiram persistir em fósseis por tanto tempo.”
Osso do quadril de um Edmontosaurus. Crédito: University of Liverpool
A pesquisa não apenas parece resolver um antigo debate científico, mas também abre novos caminhos para o estudo da vida antiga, oferecendo um vislumbre da preservação bioquímica de fósseis de criaturas extintas.
O estudo reuniu especialistas de diversas disciplinas:
Pesquisadores da UCLA contribuíram para o estudo, usando espectrometria de massa para detectar e quantificar – pela primeira vez – o aminoácido hidroxiprolina, que é específico do colágeno quando encontrado no osso, confirmando assim a presença de colágeno cariado.
Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Espectrometria de Massa da Universidade de Liverpool conduziram testes de sequenciamento de proteínas e espectrometria de massa.
Especialistas da Fábrica de Inovação de Materiais da Universidade realizaram análises adicionais para confirmar os resultados.
O Centro de Pesquisa de Proteoma da Universidade de Liverpool identificou fragmentos de colágeno alfa-1, a principal forma de colágeno no tecido ósseo.
Referência: “Evidência de colágeno endógeno em osso fóssil de Edmontosaurus” por Lucien Tuinstra, Brian Thomas, Steven Robinson, Krzysztof Pawlak, Gazmend Elezi, Kym Francis Faull e Stephen Taylor, 17 de janeiro de 2025, Analytical Chemistry.
Resenha publicada na Folha Online: “A origem da vida é um tema que atrai o interesse do homem. A curiosidade em saber como a existência começou e como os diferentes seres vivos se tornaram o que são hoje é uma das principais questões da biologia. Para a maior parte dos cientistas a resposta está na evolução.
“No livro Evolução, da ‘Série Mais Ciência’, da Publifolha, o autor David Burnie discute o processo evolutivo, explica o desenvolvimento das espécies, oferece evidências e explicações sobre as causas da evolução e os mecanismos da seleção natural. Em linguagem simples e de fácil entendimento, o volume ilustrado apresenta conceitos científicos de maneira acessível e prática.
“‘A evolução é um processo gradual de mudanças químicas e físicas que começaram antes mesmo do surgimento da vida propriamente dita, e continua até hoje’, explica o autor.
“As adaptações dos animais, a evolução de parasitas e hospedeiros a extinção de espécies são outros assuntos abordados ao longo do livro. Sobre a origem da vida o volume traz um capítulo especial que discute os diferentes posicionamentos de especialistas. ‘Uma possibilidade é que os primeiros seres vivos da Terra já tenham chegado do espaço formados, mas a maioria dos cientistas não está convencida disso e acredita que a vida na Terra surgiu a partir de matéria não viva.'”
Nota: Fiz questão de grifar dois trechos da resenha para chamar atenção para alguns detalhes curiosos: (1) o autor do livro afirma que a evolução é um processo que começou “antes mesmo do surgimento da vida”, ao passo que muitos darwinistas com quem dialoguei sustentam a tese de que a teoria da evolução só se preocupa com a evolução da vida propriamente dita. (2) O livro também diz que a maioria dos cientistas está convencida de que a vida na Terra surgiu a partir de matéria não viva. Isso é abiogênese (e eu discuto o assunto no vídeo abaixo). Falar é fácil; provar é outra história – clique aqui e saiba por quê. (3) O autor levanta a hipótese da panspermia cósmica, ou origem extraterrestre, que nada mais é que uma forma de jogar o problema para fora – é impossível explicar a origem da vida neste planeta a partir de matéria não viva, assim, dizem que a vida surgiu em algum ponto do espaço (impossível de ser investigado, diga-se de passagem) e veio para cá a bordo de um meteorito (veja o vídeo abaixo). Note bem: essa tal forma de vida (talvez algum tipo de bactéria) teria sobrevivido aos rigores do espaço sideral (radiações cósmicas, vácuo e frio), resistido às altas temperaturas da fricção com o ar, causada pela entrada do meteorito na atmosfera, e, finalmente, saído ilesa do impacto contra o solo (ou a água). Essa “bactéria kryptoniana” teria originado todas as formas de vida de nosso planeta! E eu que sou crente! [MB]