Especialista comenta estudo sobre dinossauros na Bolívia

Pesquisa realizada por adventistas no país sul-americano traz mais dados sobre os curiosos animais, a partir de pegadas que estão sob estudo.

Instituto de Pesquisa em Geociências (GRI) anunciou recentemente a publicação de um estudo de grande relevância conduzido por Raúl Esperante, cientista sênior do instituto, na revista de acesso aberto PLOS One. Foram documentadas mais de 16.000 pegadas de dinossauros no sítio Carreras Pampas, na Bolívia, atualmente considerado o maior sítio de pegadas de dinossauros já registrado.

A descoberta registra uma ampla variedade de atividades desses animais ao longo de uma antiga linha costeira, incluindo caminhada, corrida, natação, curvas acentuadas e marcas de arrasto de cauda. A pesquisa descreve pegadas que variam de menos de 10 centímetros a mais de 30 centímetros, deixadas principalmente por terópodes tridáctilos.

Para entender o que significa essa descoberta, a Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou com Michelson Borges. Ele é pastor, jornalista e pós-graduado em Biologia Molecular pela Universidade Cândido Mendes. É autor de vários livros sobre criacionismo, história e mídia e é editor da revista Origens, além de manter desde 2005 o blog www.criacionismo.com.br.

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Arqueólogos encontram templo que confirma história de Paulo

Arqueólogos anunciaram a descoberta de ruínas de uma igreja antiga na antiga cidade de Listra – hoje sítio arqueológico na Turquia – que, segundo os pesquisadores, pode ser um dos vestígios físicos das viagens missionárias do apóstolo Paulo. A edificação mede cerca de 30 metros de comprimento, com mosaicos dourados e paredes ornamentadas, e estaria erguida desde o fim da Antiguidade (século V). Essa descoberta assume enorme importância porque Listra é mencionada diversas vezes no Novo Testamento como palco das pregações de Paulo – inclusive nos relatos em que ele e seu companheiro Barnabé são confundidos pelos moradores com deuses gregos, após praticarem milagres.

Por que esse achado interessa aos cristãos

  • Validação histórica da narrativa bíblica: Encontrar uma igreja cristã antiga exatamente no local onde as Escrituras situam Paulo fortalece a confiabilidade dos relatos bíblicos. Para quem defende a historicidade da Bíblia esse tipo de evidência reforça o argumento de que os eventos narrados não são meras lendas, mas aconteceram de fato.
  • Cristianismo primitivo concreto: A igreja não é um artefato isolado; a presença de mosaicos, ornamentos e sua dimensão indicam que Listra não era um ponto secundário, mas sim um centro de comunidade cristã antiga – o que confirma que o cristianismo se espalhou rapidamente e de forma organizada, desde os primeiros séculos.
  • História real por trás da fé: Muitos críticos afirmam que a fé cristã se baseia unicamente em tradições orais ou textos. Este achado mostra que há registros arqueológicos palpáveis que dialogam com os relatos escritos na Bíblia, mostrando que fé e história podem caminhar juntas.

Além disso, essa descoberta soma-se a outras recentes – como a de igrejas antigas no Egito, descobertas por arqueólogos e datadas de mais de 1.600 anos.

Fé confirmada, apologética fortalecida

Para nós que defendemos uma cosmovisão criacionista, a arqueologia é uma aliada poderosa – não porque dependa dela, mas porque, quando confirma relatos bíblicos, ela dá ainda mais confiança de que a Escritura retrata realidades históricas e fatos concretos.

Esse tipo de evidência arqueológica ajuda a combater a narrativa de que a Bíblia seria mera mitologia ou metáfora. Ajuda a mostrar que os eventos da vida dos primeiros cristãos – as viagens missionárias, os testemunhos, a fundação de igrejas – realmente aconteceram. E, por isso, fortalece a fé, reforça a credibilidade da Palavra de Deus e dá base racional ao criacionismo histórico.

Se a fé já é companheira da esperança, da convicção espiritual e da confiança no Criador, quando arqueologia e ciência corroboram a historicidade dos textos sagrados, a fé se torna também uma convicção informada e consciente.

Cada ruína, cada mosaico, cada descoberta arqueológica que confirma a Escritura é uma pontada de esperança. É um lembrete de que não vivemos de mitos, mas de verdades reais, que atravessam séculos. E que a história que cremos – do Gênesis até a nova criação – continua sendo registrada, fragmento a fragmento, evidência a evidência.

A parte do corpo humano que os evolucionistas não conseguem explicar

A narrativa evolucionista costuma apresentar o corpo humano como uma máquina montada “aos trancos e barrancos” ao longo de bilhões de anos. Segundo essa visão, cada detalhe – das células aos órgãos complexos – teria surgido de adaptações acumuladas ao acaso. No entanto, quando analisamos características específicas do corpo humano, percebemos que algumas delas permanecem profundamente enigmáticas, mesmo para os cientistas mais comprometidos com o paradigma evolutivo. Uma delas é o queixo humano, uma estrutura única entre todos os mamíferos e que até hoje não encontra uma explicação convincente dentro da biologia darwinista.

Mesmo com avanços consideráveis, pesquisadores admitem que ainda existem enormes lacunas sobre o porquê de muitas características terem surgido. O professor Max Telford, da University College London, destaca isso em seu livro A Árvore da Vida: embora se pense que é possível reconstruir a suposta “ordem histórica” em que certas estruturas teriam surgido – intestino antes de coluna vertebral, pelos antes de unhas, etc. -, explicar o propósito evolutivo de cada traço continua sendo um desafio persistente.

Convergência: quando a evolução repete a história (ou deveria repetir)

Os evolucionistas contam com um recurso chamado evolução convergente para tentar explicar certas características. Se uma mesma estrutura aparece em espécies de ramos diferentes, supõe-se que ela tenha evoluído repetidamente devido a pressões semelhantes. Isso serviria como uma “experiência natural” para testar hipóteses.

Um exemplo frequentemente citado é o tamanho dos testículos entre primatas e outros mamíferos.
Espécies mais promíscuas tendem a ter testículos maiores; espécies monogâmicas, menores. Chimpanzés e bonobos têm testículos volumosos e práticas sexuais grupais; gorilas, mais reservados, possuem testículos pequenos. Golfinhos chegam ao extremo – até 4% do peso corporal! A suposta relação entre comportamento sexual e tamanho dos testículos só pôde ser feita, segundo eles, pela repetição desse padrão em grupos distintos.

No entanto, esse mesmo método não funciona para algo como o queixo humano, porque ele simplesmente não existe em nenhuma outra espécie. Não há convergência. Não há “repetição” que permita comparação. Não há experimento natural. Não há como testar hipóteses evolutivas.

E é por isso que o queixo permanece um “mistério evolutivo”.

O que o queixo humano sugere?

Existem inúmeras hipóteses dentro da literatura evolucionista:

  • teria surgido para fortalecer a mandíbula em combates pré-históricos;
  • seria uma adaptação sexual (possivelmente realçando barba ou imponência);
  • seria um subproduto surgido sem função específica, ligado ao amolecimento dos alimentos com o advento da culinária;
  • seria apenas uma consequência de mudanças no crânio, sem qualquer propósito real.

O problema? Nenhuma dessas hipóteses pode ser comprovada. E mais: nenhuma outra criatura apresenta nada sequer semelhante ao nosso queixo projetado.

Se a evolução realmente funciona como um processo natural recorrente, por que ela não produziu nada parecido nenhuma única vez em outros ramos mamíferos? Por que uma característica tão marcante aparece somente no ser humano?

Do ponto de vista criacionista, porém, o queixo não é um acidente nem um subproduto. Ele faz parte de um projeto anatômico único, coerente com a ideia de que o ser humano não é apenas mais um primata, mas uma criatura singular, criada à imagem de Deus.

O ser humano continua sendo um caso à parte

Enquanto exemplos como o tamanho dos testículos permitem aos evolucionistas construir narrativas plausíveis (mas ainda assim especulativas), características únicas como o queixo humano expõem os limites explicativos da teoria.

E esse não é o único caso. Poderíamos citar:

  • nossa capacidade simbólica sem paralelos
  • nossa linguagem articulada
  • nossa postura totalmente ereta
  • nosso cérebro desproporcionalmente grande
  • e até nossa espiritualidade intrínseca

Todos esses elementos convergem para o quadro de uma espécie cuja origem não se encaixa facilmente nos mecanismos naturalistas.

Mistério para uns, evidência para outros

O texto do professor Telford termina com a conclusão de que algumas características humanas talvez “estejam destinadas a permanecer um mistério”. Mas, da perspectiva bíblica, elas não são mistério – são assinatura. São marca. São identidade.

O que aparece como enigma evolutivo é, para o criacionismo, mais um lembrete de que a complexidade e singularidade do ser humano apontam para um Criador inteligente, não para uma sequência de acidentes acumulados.

A ciência honesta continua observando o que muitos preferem não admitir: a evolução não explica tudo. E quanto mais estudamos o corpo humano, mais percebemos que ele reflete propósito, intenção e design, não acaso.

Origem da vida: um reexame crítico da retomada da Teoria Cosmozoica

A origem da vida continua sendo um tema enigmático e controverso. Estudos recentes têm questionado as hipóteses que sustentam a viabilidade de fatores abióticos para o surgimento, a manutenção e a evolução da vida no planeta, considerando os inúmeros fracassos nas simulações. Nesse contexto, observa-se a crescente retomada da Teoria Cosmozoica, ou Panspermia Cósmica, cujas propostas avaliam a possibilidade de que a vida tenha se originado em algum ponto do espaço e, posteriormente, precursores da vida, ou cosmozoários, tenham chegado à Terra em meteoros, asteroides e planetoides. O objetivo deste ensaio é analisar, por meio de revisão de literatura, o contexto pelo qual a Teoria Cosmozoica tem sido retomada, considerando a complexidade dos aspectos bioquímicos da vida e as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores na tentativa de compreender e explicar a origem abiótica da vida na Terra. A partir dessa análise, infere-se que a retomada da Teoria Cosmozoica evidencia a fragilidade dos modelos que sustentam a origem da vida exclusivamente por fatores abióticos.

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Que marca Deus colocou em Caim?

Vamos analisar o texto de Gênesis 4:15-17, onde a bíblia nos conta qual a medida protetiva que foi colocada sobre Caim, após ele ter assassinado seu irmão Abel. Nesse texto, Deus protege Caim de qualquer punição além daquela que Ele mesmo ordenou. Se alguém vingasse a morte de Abel, matando Caim, seria punido sete vezes mais. Deus não queria mais mortes e vinganças na Terra. A parte mais intrigante do texto é quando Deus coloca uma marca em Caim para que ninguém o ferisse quando o encontrasse. Que marca era essa? A natureza do sinal em Caim tem sido um assunto de muito debate e especulação. A palavra hebraica traduzida como “sinal” é ‘owth e se refere a uma “marca, sinal ou símbolo”. Em outros lugares nas Escrituras Hebraicas, ‘owth é usado 79 vezes e é mais frequentemente traduzido como “sinal”. Assim, a palavra hebraica não identifica a natureza exata do sinal que Deus colocou em Caim. O que quer que tenha sido, era um sinal/indicador de que Caim não deveria ser morto. Alguns propõem que a marca era uma cicatriz ou algum tipo de tatuagem. Seja qual for o caso, a natureza exata da marca não é o foco da passagem. O foco é que Deus não permitiria que as pessoas se vingassem contra Caim. Qualquer que tenha sido esse sinal, seu propósito foi alcançado.

No passado, muitos acreditavam que o sinal em Caim era uma pele escura – que Deus mudou a cor da pele de Caim para preta a fim de identificá-lo. Já que Caim também recebeu uma maldição, a crença de que a marca era a pele negra levou muitos a acreditar que as pessoas de pele escura eram amaldiçoadas. Muitos usaram esse ensinamento da “marca de Caim” como justificativa para o comércio africano de escravos e a discriminação contra as pessoas de pele negra/escura. Essa interpretação da marca de Caim é completamente antibíblica. Em nenhum lugar da Bíblia hebraica ‘owth é usado para se referir à cor da pele. A maldição sobre Caim em Gênesis capítulo 4 foi no próprio Caim. Nada é dito da maldição de Caim sendo passada aos seus descendentes. Não há absolutamente nenhuma base bíblica para afirmar que os descendentes de Caim tinham a pele escura. Além disso, a menos que uma das esposas dos filhos de Noé fosse descendente de Caim (possível, mas improvável), a linhagem de Caim foi encerrada pelo dilúvio.

Qual foi a marca que Deus colocou em Caim? A Bíblia não diz. O significado desse sinal – que Caim não deveria ser morto – era mais importante do que a natureza do sinal em si. O que quer que tenha sido, não tinha conexão nenhuma com a cor da pele ou uma maldição sobre as gerações descendentes de Caim. Usar esse sinal como desculpa para o racismo ou discriminação é absolutamente antibíblico.

O que podemos dizer é que: (1) a marca de Caim era pessoal e intransferível; (2) a marca de Caim era visível e compreensível; e (3) a marca de Caim era um sinal da misericórdia de Deus.

Alexandre Kretzschmar

Noé e Caraíba: ecos do dilúvio entre os povos indígenas

É impressionante perceber como a memória do Dilúvio atravessou oceanos e culturas. Povos separados por línguas, oceanos e séculos guardam lembranças muito semelhantes de uma grande catástrofe aquática que quase pôs fim à humanidade. Um desses registros está nas tradições Tupi-Guarani, que falam de um herói civilizador chamado Caraíba – personagem que, curiosamente, apresenta vários paralelos com Noé, o patriarca bíblico que sobreviveu ao dilúvio universal.

Veja o quadro comparativo abaixo:

AspectoNoé (Bíblia – Gênesis 6–9)Caraíba (tradições Tupi-Guarani)
Evento centralDilúvio universal enviado por Deus como julgamento da humanidade corrupta.Grande inundação que devastou a terra, preservada na memória indígena como mito de origem.
Refúgio / meio de salvaçãoArca construída sob ordem divina, com dimensões específicas.Refúgio ensinado ou indicado por Caraíba – barco, ilha ou abrigo natural, dependendo da versão.
SobreviventesNoé, sua esposa, seus três filhos e noras, além dos animais.Pequeno grupo de pessoas preservadas, guiadas ou avisadas por Caraíba.
Preservação da vidaGarantia da continuidade da humanidade e dos animais.Continuidade da tribo e renovação da vida após o cataclismo.
Significado espiritualJulgamento de Deus, mas também manifestação de misericórdia e aliança (arco-íris).Purificação da terra ou advertência dos deuses/espíritos, associada à renovação do mundo.
Função do personagemJusto e obediente; mediador da preservação da vida.Figura sábia e protetora, relacionada à sobrevivência e recomeço do povo.
Memória culturalRelato escrito e preservado no texto bíblico.Transmitido oralmente por gerações, como mito fundador dos povos.

O pesquisador Guilherme Stein Jr., em sua obra A Origem Comum das Línguas e das Religiões (SCB), observa que o nome Caraíba, na língua tupi, está diretamente ligado a Noé, o guardião da memória do grande dilúvio. Assim como o patriarca bíblico, Caraíba é o homem sábio que sobrevive à destruição das águas e guia os sobreviventes para um novo começo. Stein argumenta que essas semelhanças não são meras coincidências, mas ecos de uma tradição comum que remonta aos tempos imediatamente posteriores ao dilúvio – quando os descendentes de Noé se espalharam e suas memórias se fragmentaram em mitos e lendas.

Outras narrativas indígenas também parecem guardar vestígios de eventos descritos no Gênesis: histórias da torre que chega ao céu (lembrando Babel), do primeiro casal em um jardim paradisíaco (o Éden) e até da luta entre linhagens humanas opostas (Caim e Abel). São recordações distorcidas de uma verdade original, preservadas pela tradição oral ao longo dos séculos.

Esses paralelos reforçam uma poderosa ideia criacionista: a Bíblia não é apenas um livro religioso, mas o registro mais antigo e confiável da história da humanidade. As tradições dos povos, embora fragmentadas, ainda ecoam o mesmo drama vivido por Noé – a queda moral da humanidade, o juízo divino e a promessa de renovação.

O arco-íris, símbolo da aliança de Deus, continua a brilhar sobre todas as culturas, lembrando que o Criador não mudou e que Sua misericórdia ainda se estende sobre os que O buscam. As lendas indígenas, como a de Caraíba, são testemunhas distantes desse mesmo Deus que julga com justiça e salva com amor.

Michelson Borges

Por que há exatamente dois sexos?

Recentemente, o biólogo evolutivo Colin M. Wright publicou o artigo “Why there are exactly two sexes”, no qual defende que a definição biológica de sexo se baseia unicamente na produção de gametas – ou seja: quem produz espermatozoides é macho; quem produz óvulos é fêmea (confira). Ele argumenta que as categorias “masculino” e “feminino” não são construções sociais, mas um fato evolucionário universal: a anisogamia (confira).

Como defensor de uma cosmovisão criacionista, considero esse artigo relevante – mas também merecedor de crítica cuidadosa. O autor oferece argumentos científicos que, à primeira vista, reforçam a ideia de dois sexos. Contudo, a partir de uma perspectiva bíblico-criacionista, surgem três áreas de questionamento que merecem atenção:

1. Base evolucionária vs. base criacionista. Wright fundamenta sua defesa no pressuposto da evolução e da seleção sexual como explicação última para a separação de sexos. Ele afirma que “há somente dois tipos de gametas – pequenos e móveis (esperma) e grandes e imóveis (óvulos) – e, portanto, há exatamente dois sexos”. Contudo, a visão criacionista entende que Deus, ao criar “masculino e feminino” (Gênesis 1:27), não estava ou estaria guiado por processos de seleção ou acaso, mas por propósito e design intencional. A ênfase científica no “por que evoluiu” assume que o binário sexual é um produto de história evolutiva – o que conflita com a afirmação de que a estrutura sexual é estabelecida desde a criação.

2. Gametas como critério exclusivo. O artigo considera o gameta como a essência da definição de sexo: “Sexo é a classe reprodutiva cujo sistema biológico está organizado para produzir um dos dois tipos de gametas.” Mas essa abordagem cria um risco de simplificação: no caso humano, há condições intersexuais ou variações de desenvolvimento sexual (DSD) que desafiam a aplicação direta de tal definição. A ciência mostra que nem sempre o indivíduo adulto produz ou produzirá gametas, ou que seu sistema está perfeitamente organizado conforme o “padrão”. A partir de uma perspectiva criacionista, isso aponta para a “quebra” do ideal original (Gênesis 3) – e não para uma prova de que o binário seja consequência evolutiva. Em outras palavras: variações não derrubam a norma, mas revelam o efeito da queda.

3. Limites da biologia para explicar valor e pessoa. Mesmo que aceitemos o argumento de Wright – de que na natureza existem dois papéis sexuais reprodutivos distintos –, isso não resolve a questão de identidade, propósito e valor humano. A cosmovisão evolutiva muitas vezes reduz o homem a “agente reprodutor” ou “provedor de gametas”, enquanto o criacionismo insiste que o ser humano é “à imagem de Deus” (Gênesis 1:27), com valor intrínseco além da função reprodutiva. O artigo falha em integrar significado, propósito ou valor último – elementos centrais para a visão cristã.

Conclusão

O artigo de Colin Wright contribui para o debate científico ao reafirmar o binário sexual sob a definição gamética. Entretanto, do ponto de vista criacionista, ele permanece incompleto – pois não aborda a origem intencional, o design e o propósito humano; limita-se ao explanar “como” e não “por que”.


Se há apenas dois sexos, como ele defende, esse fato pode, sim, ser visto como coerente com a narrativa bíblica de Gênesis. Mas devemos lembrar que a “queda”, a “quebra” e o “restauro” são partes da história humana que a biologia sozinha não explica.

Para leitores do blog Criacionismo, o convite permanece: usemos a ciência com humildade, verifiquemos suas alegações, entremos em diálogo, mas tenhamos como alicerce a Palavra revelada, que não depende apenas de gametas para definir o humano, mas declara que Deus nos formou, conheceu e amou antes de fazermos “números reprodutivos”.

Arqueólogos ficam maravilhados com inscrição que confirma a Bíblia

Acabou de ser revelada uma descoberta arqueológica extraordinária nas sombras do Monte do Templo em Jerusalém – e muitos estão se perguntando se esse achado pode confirmar relatos bíblicos antigos. O jornalista Raj Nair, da CBN, entrevistou o guia israelense Yoav Rotem, que compartilhou detalhes inéditos da escavação. Segundo eles, foram encontrados artefatos raros em um túnel sob o monte, cuja importância histórica pode lançar nova luz sobre o contexto da Jerusalém judaica antiga.

Um desses artefatos chama atenção especial: uma bula de barro (selo) do período do Primeiro Templo, com o nome “Yedayah filho de Asayahu”, encontrada no solo do Monte do Templo no projeto de triagem de terras (Temple Mount Sifting Project) (Times of Israel). Esse nome já aparece em registros bíblicos, sugerindo que a pessoa pode ter pertencido à administração do reino de Judá – embora não se possa afirmar com certeza que é a mesma figura mencionada nas Escrituras.

Esses achados não são provas definitivas, mas juntam-se a muitos outros vestígios que dialogam com o texto bíblico e ajudam a reconstruir o cenário histórico de Jerusalém. Por exemplo, arqueólogos também descobriram recentemente um fosso defensivo monumental que dividia a antiga cidade, possivelmente datado do reinado de Josias, como parte das fortificações do Templo (Times of Israel+1). Essa descoberta confirma descrições topográficas que se encontram nas Escrituras (Times of Israel+1).

Esses achados servem para enriquecer nossa compreensão do mundo bíblico – mostrando que, por trás dos textos espirituais, houve realidades históricas, pessoas com nomes, lugares que existiram, templos, selos, estruturas defensivas.

Se algo nos impressiona, é constatar que a Palavra teve um cenário. Cada fragmento, cada selo ou muro descoberto pode ser um eco do passado – e um convite para ler as Escrituras com novos olhos. A fé não precisa ser provada por pedras ou objetos; mas a arqueologia nos oferece um contexto mais vivo para acreditar, estudar e admirar que Deus usa o tempo, a cultura, a história – até as escavações – para nos apontar Sua obra.

O brilho divino do corpo humano

Pesquisas recentes mostram que o corpo humano emite uma luz ultrafraca, tão sutil que é mil vezes mais fraca do que a percepção do olho humano. O estudo de Masaki Kobayashi e colaboradores, publicado no PLoS ONE, utilizou câmeras CCD de alta sensibilidade para capturar essa emissão de fótons, revelando que o corpo não apenas brilha, mas segue um ritmo circadiano: a luz é mais intensa no final da tarde e diminui durante a madrugada. O rosto, especialmente as bochechas e a região ao redor da boca, é a área de maior intensidade, enquanto o tronco e outras regiões apresentam emissão mais baixa. Esse padrão não se correlaciona com a temperatura corporal, mas sim com processos metabólicos, incluindo a produção de radicais livres e reações bioquímicas que geram moléculas excitadas capazes de emitir luz. Além disso, a emissão de fótons apresenta correlação inversa com o cortisol, hormônio ligado ao estresse, sugerindo que essa luminescência é influenciada pelo estado fisiológico do organismo e pelo relógio biológico interno.

Resumo do artigo: “O corpo humano literalmente brilha. A intensidade da luz emitida pelo corpo é 1.000 vezes menor do que a sensibilidade a olho nu. A emissão de fótons ultrafraca é conhecida como a energia liberada como luz através das alterações no metabolismo energético. Obtivemos com sucesso imagens da variação diurna dessa emissão de fótons ultrafraca com um sistema de imagem altamente sensível aprimorado, utilizando uma câmera criogênica com dispositivo de carga acoplada (CCD). Descobrimos que o corpo humano emite luz direta e ritmicamente. As variações diurnas na emissão de fótons podem estar relacionadas a alterações no metabolismo energético.”

O artigo diz mais: “Essa emissão de biofótons é categorizada em diferentes fenômenos de emissão de luz da bioluminescência e acredita-se que seja um subproduto de reações bioquímicas nas quais moléculas excitadas são produzidas a partir de processos bioenergéticos que envolvem espécies ativas de oxigênio.”

A emissão de biofótons está ligada a processos metabólicos, especialmente às reações oxidativas normais da respiração celular. Quanto maior a taxa metabólica (ex.: em pessoas mais ativas ou em tecidos em maior atividade), maior a chance de gerar estados excitados de moléculas que liberam fótons.

Para a perspectiva criacionista, essa descoberta é fascinante. Ela evidencia que o corpo humano não é apenas uma estrutura física complexa, mas uma obra de design divino, cuidadosamente planejada para funcionar em harmonia com ritmos naturais e processos bioquímicos finamente ajustados. Cada célula, cada molécula envolvida na emissão de luz – desde lipídios e proteínas excitadas até fluoróforos na pele – demonstra ordem e propósito. Mais do que um fenômeno físico, o brilho humano pode ser interpretado como um reflexo da vida que Deus colocou em cada ser humano, lembrando que nosso corpo não é apenas matéria, mas um templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19, 20).

Manter a saúde, respeitar os ritmos naturais, dormir adequadamente e nutrir-se de forma equilibrada não é apenas autocuidado: é reconhecer a dignidade da criação divina, honrar o presente da vida e viver em consonância com o Criador, cujo cuidado e sabedoria estão refletidos em cada detalhe de nosso organismo. Esse estudo nos convida a contemplar a ciência não como oposição à fé, mas como uma lente para perceber a complexidade e a beleza do design divino que existe em nós. [MB]

Nota: A Bíblia sugere que o ser humano já refletiu a luz divina de forma especial: segundo Ellen White, Adão e Eva, antes da queda, eram revestidos de uma glória luminosa que se perdeu com o pecado (quando então se deram conta de estar nus); Moisés desceu do Sinai com o rosto resplandecente após falar com Deus (Êx 34:29); Estêvão, cheio do Espírito Santo, teve o rosto brilhando como de anjo (At 6:15); e há a promessa de que os justos resplandecerão como o sol no Reino de Deus (Mt 13:43; Dn 12:3). Esses textos indicam que fomos criados para irradiar a presença do Criador e que, um dia, essa luz será plenamente restaurada em nós por Cristo.

Patriarcas e Profetas, capítulo 2 (A criação): “O homem e a mulher não tinham vestes artificiais; estavam vestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como os anjos.” História da Redenção, p. 21 (edição em português): “Eles não tinham roupas de seda ou de ouro; estavam vestidos com uma túnica de luz e glória, semelhante à que cobria os anjos.” Signs of the Times, 9 de janeiro de 1879 (em inglês): “Our first parents were not left naked and ashamed. They were clothed with a covering of light and glory, such as the angels wear.”